OBV entrevista: Gesi Peters

OBV - Nestes seis anos como presidente, quais as melhorias feitas aos trabalhadores?
GESI - Pra mim, no início de quando eu assumi a presidência foi na época em que o Gima foi o candidato a presidente e eu fui vice, mas como ele se afastou dois anos por motivos familiares. Aí eu assumi com muito empenho e dedicação. Mas nesses dois primeiros anos, a gente não se empenhou tanto, porque o projeto era do Gima e a gente não modificou em nada esse projeto. Então, quando eu ganhei essa última eleição com mandato de quatro anos, começamos a nos dedicar pra valer, porque vimos que precisava de uma administração diferente pros nossos funcionários. Nossa associação era pequena, apesar de o terreno ser grande. Não tinha campo de futebol, área de lazer, esse galpão nem cancha de bocha pros funcionários se divertir. Então, quando entrei como presidente, assumi esse compromisso de fazer todas essas obras e os próprios associados riam de mim, porque todos os presidentes prometiam fazer a mesma coisa, e nunca faziam. Eu me coloquei a disposição porque eu tinha tempo, já que sou aposentado e passei praticamente quatro anos da minha vida dentro desse sindicato em tempo integral. Fiquei aqui trabalhando como servente de pedreiro voluntário pra fazer tudo o que a gente queria ver nessa associação. Hoje, graças a Deus realizei meu sonho. Conseguimos construir tudo o que está aqui, e o funcionário público tem um local completo pra se divertir. Sempre contando com a ajuda de alguns amigos, como o Bruno e o Lidvino Armelini, o Afonso Brandt, o Valentim Caetano, o Walter Goetten e o Vanildo de Oliveira. Nosso sindicato é um presente para os nossos funcionários. Pra ter uma ideia, não temos mais datas disponíveis nos fins de semana. Todo mundo quer fazer seu evento aqui. Muita gente que nem é funcionário público procura a gente pra querer fazer o evento aqui.


OBV - Neste final de semana, vocês promoveram um almoço aos servidores públicos municipais. Qual é a importância desse encontro?
GESI – Essa festa é muito importante e a gente realiza todos os anos possíveis. A gente só não faz quando é ano político pra não misturar as coisas, porque aqui não existe partido político; somos todos iguais. A gente sempre fazia em parceria com a prefeitura, como nos anos do governo do Zeca, junto com a câmara de vereadores que sempre foram muito nossos parceiros e sempre nos ajudavam muito. Este ano fomos conversar com o prefeito Ademar, mas talvez porque o ex-prefeito Horst tinha recém-falecido, ele não quis ajudar financeiramente. Digo que isso foi até bom, porque assim valoriza quem paga a mensalidade, já que sem a ajuda da prefeitura, tivemos que fazer somente para os associados. Mas ficamos muito gratos porque o prefeito Ademar compareceu ao evento. Ele veio aqui e viu que o nosso trabalho realmente está funcionando e que vale a pena o investimento aqui com a gente. Eu acredito que a próxima administração que assumir vai ter todo o apoio da prefeitura e da câmara, porque o nosso trabalho é respaldado por essas duas instituições. Portanto eu agradeço a todos os funcionários que compareceram ao evento, assim como o prefeito e a presidente da câmara. Peço desculpas se a festa não estava cem por cento. É que a nossa diretoria não pode me ajudar, e fiz tudo praticamente sozinho, inclusive no dia da festa trabalhei sozinho. Então fiz a festa da minha maneira e até agora só ouvi elogios.


OBV - Há alguma reivindicação atual junto a administração municipal atualmente?
GESI – Nós temos diversas reivindicações. Tanto com a prefeitura, como com a assembleia legislativa. Já enviamos alguns projetos, porque precisamos concluir o galpão, a pintura, terminar um muro entre outras coisas. Mas entendemos que esse ano não dá pra construir, porque a prefeitura têm muitos gastos pra esse ano. Acredito eu, que o prefeito Ademar vai ter que reduzir o quadro de funcionários ano que vem, porque se não, o prefeito não vai conseguir nem tocar a prefeitura, nem nos ajudar. Então conversando com o Ademar, ele gosta desse local aqui e é pra ele também, já que ele é funcionário público também. Eu acredito que a partir do ano que vem faremos muitas melhorias aqui, porque a gente sabe que precisa. Independentemente se o Gesi for o presidente, ou não. Além de saber que eles gostam tanto desse espaço, que até já fizeram uma reunião com almoço e tudo aqui.

OBV - Funcionário público ganha pouco?
GESI – Nessa administração, tive que estabelecer prioridades. Ou eu ia correr atrás de aumento pros nossos funcionários, e isso envolve a justiça. Todos nós sabemos da lentidão desse processo, ou construía todo esse trabalho aqui no sindicato. Resolvi me empenhar mais no sindicato. Mas já fui até para a tribuna da câmara pedir pro prefeito ajudar os funcionários que ganham até dois salários mínimos com uma cesta básica. Mas a partir do ano que vem, com certeza iremos atrás disso. Além do plano de carreira dos nossos funcionários, plano de saúde, e tudo o que há de melhor pros nossos funcionários. Eu ainda preciso entender o porquê que todos os prefeitos não entendem, que quando você cuida bem da sua família, a família segue feliz. Os funcionários são como a nossa família. Quando são bem remunerados, eles vem trabalhar mais felizes e satisfeitos. Até agora, só teve a reposição salarial, que é obrigatória.

OBV - Nas próximas eleições para a presidência do SINTRASP, pretende concorrer a presidência novamente?
GESI – Ainda não tenho certeza do nosso futuro. Estávamos conversando com os amigos, como o Walter Goetten, o Wanderlei Salvador pra ver se um deles não querem pegar. Caso não houver, nosso nome está sempre pra acrescentar.

OBV - Vale a pena se engajar com tanta eficiência em um projeto voluntário?
GESI – Com certeza. Estou satisfeito e orgulhoso aqui. Foi uma entidade que me deu o privilégio de fazer, de construir. E eu construí com a ajuda dos amigos. Muitas vezes, a gente traz amigos aqui e o pessoal fica bravo. Mas sem eles, isso nem estaria de pé. Passamos no comércio há pouco tempo pra vender algumas placas e vendemos todas. Isso é fruto de uma administração séria. Talvez não conseguimos fazer tudo o que devíamos, mas fizemos tudo o que estava dentro da capacidade. Tem funcionários muito críticos que acham que sempre está tudo errado. Eu deixei até a minha vida particular pra me dedicar a isso aqui. Daqui há uns dez anos, ficarei feliz se alguém lembrar de tudo o que essa diretoria fez.

OBV - O jornal OBV abre espaço para as suas considerações finais.
GESI – De coração eu quero agradecer a todos os funcionários públicos, seja sócio ou não. Agradecer a essa diretoria, a prefeitura, a câmara de vereadores, a cada comércio, indústria e a cada amigo que nos ajudou. Mas em especial, o agradecimento aos funcionários. Quero dizer pra eles, que a partir do ano que vem, a coisa vai mudar. Estaremos mais juntos com a administração pra acertar algumas coisas. Queremos tentar o benefício da cesta básica, plano de saúde, a construção de uma cozinha, instituir o plano de carreira e outras expectativas que os funcionários tem com a gente, porque eles merecem. Vejo hoje funcionários hoje como artistas. Porque vivem com menos de seiscentos reais, com dois filhos pra criar, aluguel pra pagar e medicamentos pra comprar. Fui criticado agora por não concordar com um projeto que dava aumento pros diretores e secretários. Ainda bem que a câmara e o prefeito tiveram a consciência de tirar essa vergonha da pauta.