segunda-feira, 19 de abril de 2010

OBV entrevista: Juliane Rittes Oenning

A entrevista desta semana é com Juliane Rittes Oenning. Ela é uma das milhares de brasileiras que o destino escolheu para colocar numa cadeiras de rodas. Pessoas escolhidas à dedo, dotadas de uma força extraordinária primeiro, para suportar as limitações, e depois para abrir caminhos no meio de uma sociedade altamente discriminatória. O tema é recorrente, e está em evidência todos os dias.

São pessoas que se sentem à margem da sociedade que não foi projetada e nem pensada para elas.
O tema é tratado na novela Viver a vida da Globo com uma riqueza de detalhes e repleto de atitudes que mostram os cadeirantes como são. Pessoas normais, apenas com certas limitações. A novela mostra que apesar das limitações são pessoas que podem produzir riquezas, se divertem como todos, e possuem condições de ter uma vida plena, inclusive entre quatro paredes. Trata de amor, sexualidade, paixão casamento e acima de tudo dá exemplos de força e coragem poucas vezes vistas em pessoas com mobilidade plena.

Juliane é filha de Valdir Oenning um filho de Taió e de Maria de Lourdes Rittes Oenning. Ela mora em Joinville e foi convidada para figurar na novela das oito, que foi ao ar no dia na terça, como modelo e na quinta feira num desfile de moda para as lojas C&A.

OBV – quem é Juliane Oenning?
Juliane - Rittes Oenning, tem 32 anos, faz a parte de compras da loja do pai , faz alguns trabalhos como modelo. Mora em Joinville até maio, depois do casamento irá morar em Fortaleza no Ceará. É Artista plástica e adora pintar telas.

OBV – Qual é o sentimento de uma jovem que num dia possui uma vida plena e no outro recebe a noticia que o mundo vai começar a andar mais devagar?
Juliane - No primeiro momento é de revolta, mas com o passar do tempo, acabamos descobrindo que o ser humano é capaz de suportar qualquer dificuldade e aprende a conviver com qualquer limitação. Sentimento de que eu não dava valor em coisas tão pequenas e tão simples, mas tão importantes. Que só nos damos conta da perfeição de DEUS quando passamos a não tê-las

OBV – Foi difícil aceitar esta nova fase?
Juliane - Não, acho que foi porque a minha família, meus amigos sempre estiveram do meu lado e foram importantíssimos na minha vida e principalmente nessa fase. É uma fase de renúncias e de aprendizado.

OBV – nossas cidades estão preparadas para um cadeirante?
Juliane - De jeito algum! Até hoje não encontrei nenhuma cidade que ofereça acesso pleno a portadores de necessidades especiais, mesmo que seja apenas para cadeirantes que conseguem ver e se locomover.

OBV – o mundo já trata melhor quem tem mobilidade reduzida?
Juliane - As pessoas estão melhorando com o passar dos anos. Acho que já estão mais acostumadas com os “diferentes”. A grande verdade é que a campanha deve ser a inclusão de todos. As pessoas devem conhecer as necessidades do outro e transformar o nosso entorno num habitat possível para todos. Afinal, prótese por prótese, todos usam: carro, avião, óculos, computador...cada dia mais.

OBV- como é se sentir uma “global” mesmo que por poucos minutos?
Juliane - Sensacional! Foi muito legal conhecer o projac, a cidade cenográfica, os atores,toda equipe, todos tão carinhosos... ver como são gravadas as cenas. Acho que muitos gostariam de ter essa oportunidade. Estou muito feliz e espero que outras deficiências também seja abordadas em outras novelas. Gostaria de mandar um mega beijo para meus parentes de Taió. Principalmente pra Eleonora Oenning(Nona) Dizer que amo muito todos eles e em breve estaremos todos juntos aqui em Joinville celebrando meu casamento.

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